Revista Novo Perfil Política

segunda-feira, 4 de março de 2013


A temporada de caça aos prefeitos está aberta e independe de cor partidária para as legendas que pretendem lançar candidatura ao Governo do Estado. Na corrida pelo Palácio da Redenção, sairá na frente, e com grandes chances de vitória, quem conquistar mais gestores municipais. A afirmação é do cientista político e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), José Henrique Artigas. 
“Se um candidato iniciar a campanha com o apoio de muitos prefeitos e, especialmente, daqueles que administram os maiores colégios eleitorais do Estado, sairá com grande vantagem em relação aos demais”, reforçou Artigas.
Já o também cientista político e professor da UFPB, Ítalo Fittipaldi, acredita que o apoio dos prefeitos em uma eleição estadual é importante, mas não é determinante. “Isto porque a transferência dos votos não é líquida e certa, pois os prefeitos não são proprietários dos votos dos seus munícipes”, justificou.   
Fittipaldi ressaltou que isso ocorre porque, de certa forma, os eleitores, do interior do Estado têm uma visão mais nítida da divisão das eleições estadual e municipal. “Agora, sem dúvida, que quem tiver o apoio de mais prefeitos, sairá na frente. Porém, não importa como a disputa começará. O que importa é como ela terminará”, ponderou.  
Além disso, afirmou que quem define a eleição estadual são os municípios de João Pessoa e Campina Grande, os dois maiores colégios eleitorais do Estado.

Governador sairá na frente
Para Fittipaldi, o governador Ricardo Coutinho é o favorito na disputa de 2014 e sairá na frente em todos os sentidos, principalmente, no que diz respeito ao número de aliados. Ele assegurou que o fiel da balança será as políticas públicas desenvolvidas no Estado. “Se elas não forem bem implementadas, e não tiverem o desempenho esperado, os apoios podem se diluir antes do início do processo eleitoral”, alertou. 
Ítalo Fittipaldi disse ser natural quem não está no poder perder aliados para quem está. “Isto porque os prefeitos vivem de pires na mão”, afirmou. Já José Artigas destacou que após as eleições municipais sempre há um realinhamento das lideranças e uma recomposição partidária.
“Muitos prefeitos e deputados tendem a se aliar ao governo estadual, procurando obter maior acesso aos recursos que lhes permitam executar obras e serviços no âmbito local no período imediatamente anterior às eleições”, ressaltou Artigas. (MS)
Oposição precisa manter a unidade 
Para evitar uma verdadeira debandada, os cientistas políticos orientaram os partidos de oposição, que pretendem disputar o Governo do Estado, a agilizarem a construção da unidade em torno de uma candidatura competitiva que, mesmo sem o controle da máquina estadual, vislumbre chances de vitória. 
Segundo Artigas, os prefeitos se preocupam mais com as eleições locais do que com a estadual e, por conta disso, acreditam ser arriscado apoiar uma candidatura de oposição. “Dessa forma, evitar uma sangria de lideranças locais é um grande desafio, pois é exatamente no período pré-eleitoral que as disputas internas se acirram”, comentou. 
Candidatos 
Até o momento, sete partidos mantém essa pretensão de disputar o Governo do Estado: PSB, PSDB, PT, PMDB, PSOL, PCO e PSTU. O PSB tem o governador Ricardo Coutinho como pré-candidato natural à reeleição. O PMDB deve lançar o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, como representante da chapa peemedebista. 
No PSDB, a indefinição paira entre o lançamento de candidatura própria, defendida pelo presidente estadual da legenda, deputado federal Ruy Carneiro, e entre a manutenção da aliança com o PSB. Para Ruy, o melhor seria ter o senador Cássio Cunha Lima como pré-candidato ao Palácio da Redenção.
Já o PT se uniu com o PP e o PSC e já declarou que terá candidato a governador em 2014, mas só definirá o nome ano que vem. O PSTU, PCO e PSOL avisaram que não ficarão de fora da briga e há a tendência de o PSTU e o PSOL se unirem.     
Destes, há quem esteja trabalhando dia e noite em busca dos gestores municipais. Este é o caso do PSB. O PSDB trabalha em silêncio para não perder aliados para os adversários. Já o PMDB e o PT acreditam ser cedo para iniciar as costuras das alianças nos municípios. (MS)
PSOL tentará forçar segundo turno
Na eleição de 2012, o PSOL teve candidato a prefeito em nove municípios, mas não elegeu nenhum. Em 2014, deve disputar o Governo do Estado, mas já avisou que não pretende se coligar com nenhum partido por conta do número de gestores. O presidente estadual da legenda, Fabiano Galdino, disse que o objetivo da sigla é forçar o segundo turno, repetindo o que ocorreu nas eleições de 2006 e 2010. 
“Em 2010, Ricardo Coutinho foi para o segundo turno com uma diferença de oito mil votos, em cima de José Maranhão. Nelson Júnior, candidato do PSOL, obteve 15 mil votos e sem a nossa participação Ricardo teria vencido no primeiro turno. Em 2006, aconteceu a mesma coisa na disputa entre Maranhão e Cássio.” lembrou Galdino.   
Ele disse ainda o único partido com quem o PSOL tem a  possibilidade de se coligar é o PSTU, que também não conta com nenhum prefeito. “Nem contamos e nem queremos o apoio de nenhum prefeito, a não ser que eles rompam com os seus partidos e passem a integrar o nosso projeto”, declarou.
PSTU não vai buscar apoio  
O presidente estadual do PSTU, Marcelino Rodrigues, disse que condena a máxima de que vale tudo para ter êxito na política.  Por isso, não vai buscar o apoio de nenhum prefeito. Ele explicou que essa prática vai de encontro à ideologia partidária da legenda.
“O nosso pilar tem base nos movimentos sociais e não vamos nos desvirtuar em nenhum momento para chegar ao poder. Nós não vamos seguir o exemplo do governador que, nasceu nos movimentos sociais, e se juntou a partidos como o PSDB e o DEM com o único objetivo de vencer uma eleição”, declarou  Marcelino.
Lourdes: “Não vou entrar no esquema”
A representante do PCO da Paraíba, Lourdes Sarmento, declarou que não vai entrar nesse jogo político. Segundo ela, os governantes devem trabalhar em prol de melhorias nas áreas de educação, saúde, habitação e para o desenvolvimento de emprego e renda e não em benefício próprio. 
“Os governos se transformaram em um balcão de negócios que só serve para discutir interesses de grupos que detém o controle da máquina administrativa”, criticou. 
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Fonte: Correio da Paraíba via Parlamento PB


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